terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Eis a questão!

Eu queria um princípio... será que vou para um fim?

domingo, 28 de dezembro de 2008

Um momento

Num vómito rasgado de alma, num gemido rouco de uma dor desconhecida, a minha solidão esmagou-me... Entre soluços do corpo e lágrimas de pranto impossíveis de controlar, perdida no sofrimento de um sentimento de abandono, descubro a ferida que me habita e que não trato. Agora não a posso ignorar, agora sangra até ao tutano, agora alastra-se como a sombra ao cair da noite... e dói...

sábado, 27 de dezembro de 2008

De caneta na mão

O passado há-de fazer sempre parte de nós, mas não nos deve impedir de encher com alma as páginas que se encontram virgens porque elas também serão o nosso passado!

No ciclo natural

Revi-me na silhueta da àrvore despida, neste dia de chuva cinza claro, com grandes raízes e cheia de promessas de verde que secretamente prepara enquanta aguarda pela Primavera.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Votos

de um Natal com a segurança necessária
para poderes estar vulnerável.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Clareira

Leva-me para um ângulo escondido
Não me fales, pega só na minha mão
Não me olhes, dá-me só o teu ombro
Tira-me do hoje, do aqui e do agora
Não me peças, como se o meu silêncio fosse um grito
Não me entretenhas, como se a minha letargia fosse um refúgio,
Adormece-me e deixa-me acordar diferente
Não me pressiones, fica só ao alcance de um olhar
Não me dês a tua força que eu encontro a minha
Embala-me sem pressa que eu sei que hei-de voltar

sábado, 29 de novembro de 2008

AMOR

De que adianta escrever um rio de palavras, desbravar alfabetos, inventar sinónimos se o que sinto nunca se completa em descrição, mas resume-se, grosseiramente, a uma palavra?

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Entre acordada e a sonhar!

Se nem só a noite ou o dia são belos, porque queremos tudo bem definido a preto ou branco? Em sim ou não?
Há uma beleza especial nos momentos de transição, na madrugada e no crepúsculo, no meio-termo, no cinzento, no talvez... 

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Um dia

As minhas manhãs acordam quando te espreguiças.
Quando saio sei que vou voltar a reencontrar-te ao entardecer
E as horas andam sussurradas em contagem decrescente,
E os minutos livres soltam pensamentos que me fazem suspirar.
Regresso a casa com as mãos cheias das tuas coisas preferidas
E à noite o calor do teu corpo é a minha manta apetecida.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Interiores

Consegues sempre desarrumar a minha alma
Com essa ternura tão interior que tens!
Ficam pedaços soltos de sentimentos profundos,
Ficam esboços de memórias de momentos perfeitos.
E queria repeti-los, queria repeti-los…
Todos os dias, a cada aurora, a cada ocaso.
E queria sentir-nos assim tão naturalmente juntos,
Todas as horas, a cada sorriso, a cada dor.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Dias grandes

Tu moras no Verão, em ti o sol sorri e a lua descansa,
Os dias são cheios de vida e as noites belas e inesqueciveis!
Tu moras no Verão, meu amor!

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Tu

no teu castelo construído de tí, tão forte como as verdades puras, tão tocantemente belo, tão humano com o que há de seguro e bom em sê-lo, consegues com mil carinhos, mil afagos, mil botões de flor, mil raios de luz, iluminar a vida de quem acredita e se esquece, de quem ama e perde o norte, de quem sofre e sente a dor.
Amo a tua fé, a tua clareza, a tua forma teimosa de viver!
E amo os teus cansaços, o teu cuidado, as tuas muralhas viradas a Norte (todas as que conheço e as que apenas adivinho)... porque são elas que te fazem florir exuberantemente a Sul e te tornam tão deslumbrante a quem te sente.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Momentos

Num baile de mariposas,
Desenhado pela luz do dia que nasce,
(Sem frio, apenas calma. Sem calor, apenas bem.)
Saboreio-te a pele com os olhos de quem acorda.
A minha mão toca ao de leve nesses traços de luz
Com que a madrugada desenha em contornos o teu corpo
E que te tornam infinitamente belo…
Neste momento, para sempre, infinitamente meu.














Foto de Maria Delgado

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Lutar

São palavras, vontades, decisões que às vezes se baralham e nós vacilamos, caimos! Mas pior do que cair é não tentar, desistir por falta de força.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Na borda do mar


Fazem-me cócegas as ondas da vida,
Ou choro ou rio.
E sei que vão partir e hão-de voltar.
Arrepio-me quando a àgua me envolve
Ou choro e rio
Porque sei que vai partir e se calhar voltar.
Descanso a luta aos pensamentos,
E choro e rio
Pois hão-de partir e vão voltar!

Foto de Carlos Azevedo

domingo, 7 de setembro de 2008

Não é só o fim



que tem a exclusividade da beleza, toda a construção também!

sábado, 6 de setembro de 2008

Chove

Cai a chuva cá dentro, mas não é fria...sabe-me a imagens a preto e branco, saudosismo...sabe-me a lágrimas que não caem mais. O seu ruído não é só um gotejar, é uma melodia de violoncelo, triste, bonito como o raiar tímido de um sol branco num dia de tempestade.
E sei, de nada serve mais este sentir que conhecer-me, que lavar-me...

sábado, 16 de agosto de 2008

Sozinho












Ninguém foi feito para viver sozinho. Agora estar ou desejar estar sozinho já é resultado de experiências, de insucessos, talvez inevitáveis, vivências menos felizes, da teimosia da realidade, de complicações.

Mas realmente ninguém é feliz sozinho...pode não ser mau de todo, mas não é bom de todo!






quinta-feira, 24 de julho de 2008

Ao som do poema





Nasce a aurora num raio de luz
Aos poucos espreguiçam-se as cores
Solta-se a medo o verde que banha o chão
O orvalho brilha em acordes
Ritmadamente movem-se os bichinhos
Num novo ciclo circadiano, sem porquês
E a natureza desperta preguiçosa, mas imparável
Imparável, desdobrando-se em belezas
Desabrochando como se nada fosse senão natural
Mas vêm as sombras, seca-se a terra à medida que o sol sobe
E a tristeza de que tudo se está sempre a perder
Que morre e renasce, faz e desfaz-se
O fluxo não para, ninguém o consegue abrandar
A pena melancólica de que o temos de aceitar
E que os momentos não são eternos, mas lindos
E ainda mais por serem assim....
E morre o dia num último raio de luz
Aos poucos as cores adormecem em escuridão
A terra reverbera ainda o que foi o dia e
Sente-se a pausa, no entanto viva, de uma noite
Num novo fim, num novo início...

terça-feira, 22 de julho de 2008

Hoje







Perdi-me no eco da tua voz...
Amanheci em acordes!

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Linha, ligação

Sabes, dei-me conta que fez agora um ano em que pegamos nas pontas de um mesmo fio! E estive ali sentada e os meus pensamentos ainda estiveram contigo...de outra forma pois descobri a ponta de outros fios apesar de não ter aberto a mão do que me liga a ti... E essa linha entre nós já não é uma recta, mas tem curvas que se encostam às montanhas, tem pontos onde brilha, tem segmentos onde não se vê de todo...só se imagina! E essa linha que me liga a ti não a perdi, mudou de forma, percebi-a.

Leve














No céu azul forte deslizo, brinco aos formatos...
e faço-me e desfaço-me...
sou nuvem, branqueada pelo sol
sou livre, animada pelo vento

Pouco

E não quero mais pensar.
Quero calar o sentir com a ausência de pensamentos.

E não quero mais sofrer.
Quero poder sorrir com uma anestesia do sentir.

E não quero mais estar triste.
Quero alegrar-me com gestos repetidos, automáticos.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Aprendendo

Mil obras, mil horas...
Há tempos de luta, há tempos de luto
Existiram batalhas a travar, existiram sofrimentos a tratar
Acredito que a sorte se faz, mas não se controla
Mas foram mil obras, mil horas
Foram sorrisos banhados de lágrimas, foram muitas dores
Foi desespero misturado de instinto de sobrevivência
Foram sombras com sonhos de luz, foi acreditar
Afastei e afastaram-se as espadas, os cortes, as feridas
Que nos deixam sem respirar, que nos fazem soluçar
Vivo no rescaldo do fogo, estranho o silêncio e abençoou-o
Mergulho de cabeça na paz esquecida, de tão ausente que foi
A custo acredito na minha vitória que foi tantas vezes só uma imagem imaginada
Imaginada,mas nítida, forte....longinqua....que me fez sobreviver
E que me fez encontra-la por labirintos cobertos de nevoeiro
Porque sabia o que não queria e o que queria, porque vacilei mas não caí
Porque ganhei apesar de ter perdido, porque recebi apesar de ter pago incansavelmente

Deus queira eu consiga conservar esta paz e se ela falhar saberei que vale a pena lutar, sem pressas, sem relógio, ir indo, um passo atrás do outro, uns passos dados à frente e outros empurrada para trás..., mas no caminho certo!


Como se faz

para apagar uma esperança?

sábado, 5 de julho de 2008

Está na hora



de ser Verão!

...de ser mini-saia, de dias grandes, de sorrisos, de boa disposição...

sábado, 28 de junho de 2008

Poderes

Esse teu punhal é tão poderoso, tem o poder de me libertar e de me matar!

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Oração de partida

Vou partir....
Não sei a quem pedir, pois não tenho essa bengala da fé em Deus, mas preciso de pedir...a mim, à sorte, a alguma coisa de eventualmente superior. Preciso de força porque sei que vão haver momentos de desespero, dificeis. Preciso de acreditar que é possivel chegar ao fim sem destruir quem eu amo. Preciso de coragem para não parar, de caminhar o caminho escolhido caia chuva caiam pedras. Preciso de me lembrar onde me encontro para saber que não era aqui que queria estar. Preciso de tempo e que ele passe depressa para não me desfazer também. Preciso que a luz ao fundo do túnel não se apague, mesmo que não a veja sempre. Preciso dos meus amigos para me darem uma mão nesta ou naquela encosta mais ingreme. ...porque vou conseguir, nem que morra a tentar, nem que chegue ao fim metade de mim!

O problema

Está tudo escrito, basta saber ler,
Está tudo dito, basta saber ouvir,
Está tudo claro, basta saber ver,
Mas só depois de saber é que o percebermos!

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Zzzzzz

Toco-te e nascem arabescos nas minhas mãos.
Olho-te e a minha memória é uma estrada por caminhar.
Ao sentir-te fecho os olhos e aí sim acordo.
Beijo-te, o céu pinta-se de azul ...
e dele até nós cabe todo o meu mundo!

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Ainda moras em mim

Escrevias e eu lia, às vezes amava-te e às palavras.
E ficava iluminada todo o dia num sonho irreal,
com letras que não eram minhas e palavras fantasia.
Só que acordei, teve de ser, para conhecer a realidade.
Mas admito que de saudades tuas, abro uma página,
espreito-te e ainda adormeço neste ou naquele texto teu.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Dançava

Eu sou uma canção que tu podes não saber ouvir,
Eu sou um ritmo, sou várias pausas
Eu sou uma música alegre às vezes, em ré menor
E posso ser uma música triste, em sol maior
Canto-me e ouço-me e vou dançando
Embalo-me de notas difusas, de notas soltas
Brinco com melodias, deleito-me com pausas
Continuava a encher a pauta ....
Até esta pausa tão grande se tornar silêncio
E as páginas virarem-se brancas!

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Não há nada

como um dia de completo descanso, 
sem horas, sem solicitações, sem sacrifícios!

sábado, 5 de abril de 2008

Um pouco de tudo

Le sabot cassé - Sèvres
É tudo uma questão de atitude, de vontade. É tudo um assumir de compromissos, onde ganhos e perdas são indissociáveis.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Mas


Não tires o brilho à lua
Não agites de raiva as ondas do mar
Não chovas nas arvores que vês
Não estou aí, mas sou tua

Não olhes o horizonte com saudade
Não entristeças com a luz da lua
Não hibernes em pleno crescimento
Não estou aí, mas sou tua

segunda-feira, 31 de março de 2008

Quando já nem a paz tem esperança




















Abram caminho os inocentes, pois hoje declaro guerra!
Desta vez vou sem estratégias, vou flagelar o caminho,
Vou a toda a força ignorando os riscos que corro,
Numa derradeira tentativa de destruir o que me destrói,
Numa última esperança de definitivamente concertar os dias.
Agora sim, vou, embalada num grito, disposta a morrer e matar!

quinta-feira, 27 de março de 2008

Tentações

É claro que o vidro que nos divide não impede que nos adivinhemos! Agora descobrir...

domingo, 23 de março de 2008

Tu moras em mim

São de ti os pensamentos com que adormeço e de manhã me visto
São tuas as mãos com que me embalo para dormir
E que me descobrem ao acordar afagando-me os cabelos
É para ti que a minha imagem se reflecte no espelho, serena, calada, pausada
É contigo que passeio os caminhos sozinha, que penso sobre a ocupação do dia
É por ti que espero, é por ti que vivo, é por ti que escrevo
E és tu que me fazes, assim tão a medo, brilhar

sábado, 22 de março de 2008

As condições

não são condição imprescindivel para a felicidade!

Por momentos













Roubas momentos à paz para mos ofereceres de mão beijada.
Sorris, esquecendo o mundo que não precisamos das palavras.
Um minuto atrela-se a outro e passam todos de mansinho.
E os sonhos parecem tão simplesmente fáceis de realizar!

domingo, 16 de março de 2008

j'aime

Quando te encontrei o giz escorregou-me da mão
E no quadro negro onde me espelhava
Permanece uma ausência de mim...
Será porque não me sei traduzir, será porque aguardo,
será porque não preciso ou será porque não quero saber-me?

domingo, 9 de março de 2008

Só sabemos o que conhecemos!


A verdade consegue ter uma imaginação infinitamente mais fértil que a nossa.

Étonnée





Je vous aime si profondement que je me perds en cherchant la fin!

sexta-feira, 7 de março de 2008

Com certas coisas...

rio-me, porque não é suficiente para que chore!

segunda-feira, 3 de março de 2008

Ditados

Quem tudo quer nada tem.
Quem nada quer nada perde...é o chamado low-profile das expectativas!

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Anjo




Trazes o mundo no teu corpo,
O céu nos teus gestos,
A calma na tua voz!

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Perda dificil







Quando parte quem nos enche a alma é uma perda dificil porque também coincide com a ausência de quem tinha a sabedoria ou poder de nos consolar.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Sentido único














Não era constantemente que nos encontrávamos, mas a tua luz e a tua pureza, o teu sofrer e a tua força eram tão nobres...amigo! Continuas vivo em mim, espero que o sintas daí onde te encontras, e que a marca que deixaste nos que ainda só conhecem esta existência te faça sentir feliz, sereno. Penso em ti e sei o quão ricos se devem sentir os que estão no céu e privam agora com a tua presença... também souberam que o tempo, sem pressas, os haveria de recompensar!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

De mansinho














De mansinho fui ouvindo o teu nome que me surgia
De mansinho fui sentindo saudades do que não tinha
De mansinho descobri-te ali no caminho, estendendo-me a mão
De mansinho entraste na minha vida e não sabes se queres ficar
De mansinho foge-me o cuidado, solta-se o desejo de te amar
De mansinho imagino-te na minha sala, na minha vida
De mansinho quero-te a respirar o meu ar
De mansinho cresces dentro de mim a passos de gigante
De mansinho receio que não te queira a mudar, a lutar
De mansinho desejo-te a felicidade onde ela estiver
De mansinho queria-te comigo, para todo o sempre

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Para ser como deveria ser









Serei forte!

E se cair, quebrada, abraçarei a terra e num suspiro ferido a vou beijar, por querer que ela fosse como a imaginei, dizendo-lhe: tentámos!
Ah, mas se terminar em pé sentir-me-ei a mais feliz de todas as mulheres!

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Perder-te ou perder-me?

A escolha parece obvia, mas não é fácil!
Seguir as borboletas brancas que alegram o meu céu sem ligar aos muros do labirinto ou nem sequer entrar, perdendo-as, mas não correndo o risco de me perder?