quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Um dia, uma noite

Nasceu um dia maior que um ano!
Andou no seu amor como quem corre num roseiral... 
alegre, bonito, imortal...
Veio a noite e quanto tempo durará?
Sentou-se, ainda sente em si tão vivos...
o ardor, o sarar, os picos...

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Enlevos

Nascem-me flores nas mãos, como se fosse natural.
Espirais iluminam as curvas do meu corpo.
Nos braços movimentos diagonais, no tronco inclinação.
Os reflexos posturais são sincronizados, o meu olhar no teu.

Sem necessidade a necessidade nasce, como se fosse natural.
As pernas movem-se, são mais dois braços no corpo.
Não existe Norte, nem Sul, flutuamos no céu sem chão.
Uma chuva de estrelas cadentes passeia-se entre nós.

O imortal afirma-se sem fim e parece-nos, simplesmente, natural.
A alma sem pedir licença apodera-se do corpo.
Sem notas, sem acordes, a mil vozes compõe uma canção.
Os nossos gestos sorriem, seduzem-te e enternecem-me.

Fecho os olhos e estamos no sonhar acordados, é natural...
Com luzes de não sei donde brilha o espaço e o nosso corpo.
No suspiro o acalmar do vento,  na tua pele ainda a ligação.
Não quero dar-lhe hora, tempo, defini-lo...
                                      é  natural, é um momento, é um refrão!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Ser criança é ser amar

É deixa escorrer o outro no coração como um bálsamo e abrir todas as portas do seu ser… 
É confiar, aceitar ser vulnerável e, sem saber do tempo ou do momento, guiar-se pelo sentimento...

É saber que estão do mesmo lado nas horas difíceis.
É enfrentar os demónios de cada um a dois e saber que nessas horas um simples abraço vai ajudar.
É apoiar sem ser um peso, ouvir sem estar a dormir, mesmo quando o outro não está a falar.

É tentar perceber, sem dramas, que quando se grita se está a chorar.
É ouvir, sem nunca acreditar que o fazem para magoar, e esperar que percebam que só quer ajudar.
É dar a  mão e esperar sempre que o outro a apanhe...
É ter a coragem de aceitar que terá sempre que crescer.
É não aguentar um amuo muito tempo, nem deixar o silêncio durar.
É aproveitar tudo, é ter vontade de ser e de estar.
É não deixar que a relação seja pobre, pois para si não o é. 
É saber rir-se dos defeitos que não importam e aproveitar o tempo, aproveitar bem o tempo, não o matar.

É ainda aceitar, mais triste que magoado, que o outro se calhar não saiba o sublime e lindo que é ser criança quando se trata de amar...