segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Peças


Os teus cenários não estão bem iluminados
Existem mensagens contraditórias
Neste palco nunca poderemos saber
Se vamos ver a peça anunciada!

E se és o unico teatro que agora está aberto,
prefiro assistir a outras formas de arte...

Dar-te, apenas!

Dar-te a mão
Guiar-te
Consegui ou não?
Socorrer-te
Acompanhar-te
Toda linda a minha intenção!
Cuidado! É fácil
Ser mal interpretada
Disse-me a razão.
E fiquei presa
Dividida
, confusa
Quando ouvi o coração!
Segui na mesma,
Tropecei, forcei
O caminho...ilusão!!
Apesar de sentir mais
Do que queria
Não larguei a tua mão!
Já seguro, com uma gargalhada
Não me deixaste cair
Atiraste-me para o chão.
E agora em mim
No lugar do teu traço
Está apenas um borrão!

Não desisto de dar.
As vezes recebe-se
Outras vezes não!
E as amizades bonitas
Assim nascidas ou fortalecidas
Valem bem o preço de muita desilusão!

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

A tua pintura

Pintei-te a guache com cores frescas e leves
Pinceladas soltas, corridas, perfeitas
Amei-te assim naquela tela, tão minha!

Mas o resto das tintas conseguiram entrar
Veio o carvão, o silêncio, o óleo, a dúvida,
E agora nasce em mim o medo de te amar!

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Sapos


Sim, não acredito em principes encantados, mas a verdade é que não deixo de olhar para o sapo com uma certa esperança.....

E tenho encontrado muitos sapos, uns mais promissores que outros, outros quase principes...principes mas não para o meu "e viveram felizes para sempre!". Creio que seria uma frase mais adequada "e foram vivendo felizes!"... É que primeira hipotese do para sempre é só fiascos :-) e é-se forçado a reconhecer que a história está mal contada, pelo menos se vier a ser a nossa, nos dias de hoje! Claro que o "felizes" também pode ser relativo, não é concerteza passar a vida em exaltação, em alegria suprema, em ais, mas antes sentir-se acompanhado, sentir-se bem....e não eufóricamente e desajustadamente radiantes a toda a hora!

sábado, 13 de outubro de 2007

Flechas

Arcos...voam flechas afiadas na minha direcção. Não sei dizer, com um suspiro, que mereço e finalmente vou morrer da forma como me conheço ou se, simplesmente, são flechas dolorosas que não mereço! Esta-me a doer tanto que nem sei...

Pensava

Pensava que tinha crescido, pensava que estava a conseguir estabilidade....pensava que finalmente estava madura! Mas parece que é ilusão....o feed-back é negativo. Tenho vergonha de mim. Sinto-me mesmo mal. Parece que o mundo desabou à minha volta.
Sou leve demais, futil? Sou despreocupada demais, superficial? Sou crente demais, burra? Sou triste demais, finjo-me viva?

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Reviver o desnecessário

Tu levaste-me à criança que eu sou lá no fundo e eu a achar que já tinha crescido ao ponto de nunca mais me sentir assim! Sinto-me abandonada como quando a minha mãe me deixou pela primeira vez numa festa de anos de uma amiga. Foi emocionante, não cheguei a ter medo, mas fiquei apreensiva e foi a minha primeira experiência de auto-suficiência e de liberdade...assustadora! Deixei de ter guia, amarras...quando regressei a casa senti que tinha dado um passo para a minha independência, que essa experiência já a tinha passado.
Agora volto a sentir pelo teu abandono da minha vida a mesma sensação de apreensão, de liberdade assustadora. Mas agora não o sinto como experiência, não o sinto como um passo fundamental para o resto da minha vida.

Há amarras que se têm de soltar a certas alturas e embora assustem achamos positivo e ficamos contentes por ultrapassa-lo, pois são componente do nosso crescimento. Outras amarras não são feitas não à nascença, mas à custa de investimento e algumas dessas, esta para mim, chegam também a abraçar o cerne do nosso ser. Estas se se soltam, quer venham mais tarde a ser considerado bom, ferem esse cerne. E sabemos que segundo a primeira experiência conseguimos sobreviver, mas agora não queremos perder a prisão, o laço, não queremos a liberdade independente.

Aquela sensação avassaladora de abandono que roça a nossa imagem, a nossa integridade emocional...como pode ser igual àquela da minha infância? Os sentimentos afinal são como a agua que desce das montanhas...descem...os caminhos podem ser diferentes, a velocidade também, ...mas quando salta faz sempre "splash", dispersa sempre.
E junta ou dividida, por diferentes caminhos, o fim é sempre o rio, é sempre o mar...até uma nova evaporação.

Esperança

Prefiro a incerteza que a certeza do que mais temo... Enquanto há incerteza podemos sempre ter esperança que a certeza do que mais quero seja a prevalente.

Desejo















Um dia a céu aberto gostaria de dizer-te: vamos! E dar-te a mão, levar-te para o meu mundo e sermos felizes! Afagar o teu cabelo quando pensas, beijar-te a face quando sentes, abraçar-te quando ficas com receios, aconchegar-te a alma quando te sentires perdido, dançarmos quando estás cheio de vida, rirmos quando tudo é fácil, aquecermo-nos só pelo prazer de estarmos juntos. Um dia gostaria de te poder dizer: fazes-me feliz!