segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Enlevos

Nascem-me flores nas mãos, como se fosse natural.
Espirais iluminam as curvas do meu corpo.
Nos braços movimentos diagonais, no tronco inclinação.
Os reflexos posturais são sincronizados, o meu olhar no teu.

Sem necessidade a necessidade nasce, como se fosse natural.
As pernas movem-se, são mais dois braços no corpo.
Não existe Norte, nem Sul, flutuamos no céu sem chão.
Uma chuva de estrelas cadentes passeia-se entre nós.

O imortal afirma-se sem fim e parece-nos, simplesmente, natural.
A alma sem pedir licença apodera-se do corpo.
Sem notas, sem acordes, a mil vozes compõe uma canção.
Os nossos gestos sorriem, seduzem-te e enternecem-me.

Fecho os olhos e estamos no sonhar acordados, é natural...
Com luzes de não sei donde brilha o espaço e o nosso corpo.
No suspiro o acalmar do vento,  na tua pele ainda a ligação.
Não quero dar-lhe hora, tempo, defini-lo...
                                      é  natural, é um momento, é um refrão!

2 comentários:

Ingrid disse...

sem palavras... somente as tuas!..
me emocionou..

Santo&Pecador disse...

Fiquei assim...maravilhado, com estas palavras...não vou dizer nada, só sentir.

;-)

Beijo!